segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Mar Morto - Jorge Amado. *--*




Mar Morto – Jorge Amado. (1936)
. Opinião sobre o livro

Gostei de ler este livro. Retrata um ambiente náutico, as crenças, os medos, as ambições, os amores, os costumes, em suma a vida de todos os marinheiros, e de todos aqueles que viam no mar a sua razão de viver.
É constatado o amor dos marinheiros pelo mar e o amor entre homem e mulher. O receio por parte das mulheres da vida dos seus homens, que era constantemente ameaçada, e a ambição por parte dos marinheiros em ser reconhecidos por mortes gloriosas, e que seriam recompensadas com o encontro nas profundezas das água com Iemenjá.



Assunto (breve síntese)

Mar Morto” pertence à primeira fase do autor: depoimentos líricos, com ênfase para o sentimental.
Esta história passa-se no cais da Bahia.
É referida a diferença do mundo dos marinheiros e o dos habitantes em plena cidade.
Para os marinheiros, o mar é a sua vida, e sabem (e esperam) que este seja o local da sua morte. Têm crença em Iemenjá, a deusa dos mares e saveiros, que habita nas águas profundas do mar, é ela quem comanda as tempestades, quem decide o inevitável destino de cada marinheiro, a ela cabe a decisão da morte. Os marinheiros acreditam que após o fim da sua vida se irão encontrar com ela, era o quem mais ansiavam; Foi numa das festas em nome desta deusa, que Guma viu pela primeira vez Lívia (personagens principais).
Guma com apenas 11 anos já velejava um saveiro, fora ensinado por seu tio paterno (Francisco - conta a história que fora o único que vira Iemenjá em vida), sob o qual ficou a cargo desde a sua infância. O seu pai morrera durante uma tempestade, e apenas aos 11 anos conheceu sua mãe.
Guma adorava as histórias de marinheiros que mereciam o reconhecimento por todos; ele próprio ganhou bastante fama após ter salvado um navio, no qual viajavam parentes da sua amada, acto que lhe valeu o facto de conhecer LÍvia; acabariam por casar.
Lívia engravida; Numa noite sente-se mal e quase perde seu filho, Guma chama o auxílio do médico (em quem todos os marinheiros confiavam) e Esmeralda - mulher do seu grande amigo, que se insinuava perante ele e que tinha como objectivo conquistá-lo.
Acabou por trair Lívia e o seu amigo nessa noite com ela; Guma quase matou Lívia após o sucedido, sentia vergonha pelo que tinha feito.
Mais tarde, seu amigo Rufino descobre que Esmeralda o traí com um marinheiro, acaba por matá-la e dar termo à sua própria vida.
Guma tem um grave acidente, e o seu saveiro fica destruído; com a vida difícil e a passar por dificuldades emprega-se numa rede de contrabando com o intuído de comprar um novo saveiro e dar melhores condições de vida à sua mulher, filho (Frederico) e o seu tio. Numa dessas noites de entregas ocorre um naufrágio, Guma consegue salvar duas pessoas, mas acaba por morrer.Lívia, e pessoas de confiança do casal, partem em sua busca, porém, em vão, uma vez que seu corpo nunca foi encontrado.
A partir desse dia as
águas do mar tornaram-se calmas e mortas.
Da janela da escola, a professora Dulce - que ensina os mais novo, futuros marinheiros, apenas pelo tempo suficiente de aprenderem a ler e a escrever, para que depois se dediquem a tempo inteiro ao mar - observa Rosa Palmeirão (respeitada por todos no cais e que outrora fora companheira de Guma e que o tratou como o filho que nunca teve) e Lívia a velejar o navio deixado por Guma; Nesse momento Franciso grita para os outros no cais ao ver Lívia, a mulher forte em que se tornara, que era Iemenjá; era a segunda vez que ele a via.


Alguns dados biográficos
Jorge Amado de Faria nasceu no dia 10 de Agosto de 1912, na fazenda Auricídia, em Ferradas, distrito de Itabuna – Bahia.Filho de João Amado de Faria e de D. Eulália Leal.
Foi jornalista, romancista e memorialista, viveu exclusivamente dos direitos de autoria dos seus livros. Recebeu no estrangeiro inúmeros prémios.
As suas obras literárias tiveram inúmeras adaptações para cinema, teatro e televisão. Os seus livros foram traduzidos em 55 países e em 49 idiomas.
Desde cedo se interessou pela escrita, tendo participado em actividades jornalísticas.
O conhecimento adquirido, aquando a sua juventude, da vida popular marcou fundamentalmente a sua obra de romancista.
Fez os estudos universitários no Rio de Janeiro, na Faculdade de Direito, não tendo, no entanto, exercido a advocacia.
Em 1945, foi eleito deputado federal pelo Estado de São Paulo, tendo participado na Assembleia Constituinte de 1946 (pelo Partido Comunista Brasileiro) e da primeira Câmara Federal após o Estado Novo, sendo responsável por várias leis que beneficiaram a cultura. Viveu exilado na Argentina, no Uruguai, em Paris e em Praga.
Foi membro correspondente da Academia de Ciências e Letras da República Democrática da Alemanha; da Academia das Ciências de Lisboa; da Academia Paulista de Letras; e membro especial da Academia de Letras da Bahia.
Em 1995 iniciou-se o processo de revisão de sua obra por sua filha Paloma e os seus livros ganharam novo projecto gráfico.
Faleceu no dia 6 de Agosto de 2001 em Salvador, Bahia.

Alunos: Aline Clair, Priscila Karoline, Helli Conti, Eliezer Elias. 3°2.


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